Associação do Ciclo da Vida Organizacional das Companhias Brasileiras Com o Nível de Governança Corporativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51341/cgg.v26i1.2942

Palavras-chave:

Governança Corporativa, Novo Mercado, Ciclo da Vida Organizacional, Turbulência, Declínio

Resumo

Objetivo: Identificar se as companhias brasileiras com alto nível de governança corporativa têm maior probabilidade de reverter os estágios finais do ciclo da vida organizacional.

Método: A amostra final contou com 323 observações de 2010 a 2020 em painel desbalanceado de companhias brasileiras não financeiras listadas na B3. Os dados foram obtidos na base Economatica e no site da B3. Foram realizados testes por meio de regressão logística para análise dos resultados.

Originalidade/Relevância: Vários estudos analisaram as práticas de governança corporativa adotadas pelas companhias em cada estágio do ciclo da vida organizacional, porém, considerando-se que o ciclo da vida organizacional não tem uma sequência linear (Dickinson, 2011), o presente estudo investigou os efeitos do alto nível de governança na perspectiva de mudança de estágio.

Resultados: Os resultados evidenciam que as companhias brasileiras com alto nível de governança corporativa têm menor probabilidade de reverter os estágios de turbulência ou declínio no período t para outro estágio no período t+1, do que as demais companhias.

Contribuições Teóricas/Metodológicas: Os resultados demonstram que a utilização dos níveis de governança corporativa da B3 não é uma boa medida como proxy de governança corporativa.

Contribuições Sociais/para a Gestão: Tal evidência sugere que os níveis de governança corporativa da B3 não podem ser utilizados pelos credores e investidores como subsídio adicional na avaliação dos riscos, principalmente, para reversão de uma situação de dificuldade econômica ou operacional que é vivenciada pelas empresas nos estágios de turbulência ou declínio.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Almeida, J. C. G., Scalzer, R. S., & Costa, F. M. (2008). Níveis diferenciados de governança corporativa e grau de conservadorismo: estudo empírico em companhias abertas enquadradas na Bovespa. Revista de Contabilidade e Organizações, 2(2), 118-131. https://doi.org/10.11606/rco.v2i2.34709

Andries, A. M., Balutel, D., Ihnatov, I., & Ursu, S. G. (2020). The nexus between corporate governance, risk taking, and growth. PLoS ONE, 15(2): e0228371. https://doi.org/10.1371/journal. pone.0228371

Baioco, V., & Almeida, J. (2017). Efeitos do comitê de auditoria e do conselho fiscal na qualidade da informação contábil no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças, 28(4), 229-248. https://doi.org/10.1590/1808-057x201703250

Bakarich, K. M., Hossain, M., Hossain M., & Weintrop, J. (2019). Different time, different tone: Company life cycle. Journal of Contemporary Accounting & Economics, 15(1), 69-86. https://doi.org/10.1016/j.jcae.2018.12.002

Bhattacharya, N., Black, E., Christensen, T., & Mergenthaler, R. (2004). Empirical evidence on recent trends in pro forma reporting. Accounting Horizons, 18, 27–44. https://doi.org/10.2308/acch.2004.18.1.27

Bhuiyan, M. B. U., Cheema, M. A., & Man, Y. (2021). Risk committee, corporate risk-taking and firm value. Managerial Finance, 47(3), 285-309. https://doi.org/10.1108/MF-07-2019-0322

Brasil, Bolsa, Balcão – B3. (2020). Segmentos de listagem. http://www.b3.com.br/pt_br/produtos-e-servicos/solucoes-para-emissores/segmentos-de-listagem/sobre-segmentos-de-listagem/

Brega, A., & Dovladbekova, I. (2019). Capital structure and corporate governance: evidence from eastern european listed companies. Polish Journal of Management Studies, 20(2), 161-173. https://doi.org/10.17512/pjms.2019.20.2.14

Bússola do Investidor. (2020). Níveis de Governança Corporativa na Bovespa. https://www.bussoladoinvestidor.com.br/niveis-governanca-corporativa-bovespa/

Clemente, A., Antonelli, R. A., Scherer, L. M., & Mussi, S. C. A. P. (2014). O mercado brasileiro precifica a adesão e a migração aos níveis diferenciados de governança corporativa? Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, 11(2), 140-152. https://doi.org/10.4013/base.2014.112.04

Costa, W. B., Macedo, M. A. S., Yokoyama, K. Y., & Almeida, J. E. F. (2017). Análise dos Estágios de Ciclo de Vida de Companhias Abertas no Brasil: Um Estudo com Base em Variáveis Contábil-Financeiras. Brazilian Business Review, 14(3), 304-320. http://dx.doi.org/10.15728/bbr.2017.14.3.3

Dalmácio, F. Z., Rezende, A. J., & Santos, R. B. (2021). Mecanismos de governança corporativa e recomendações dos analistas de mercado: novas evidências a partir da perspectiva da Teoria da Sinalização. Revista Universo Contábil, 16(3), 121-139. https://doi.org/10.4270/ruc2020318

De Angelo, H., De Angelo, L., & Stulz, R. (2006). Dividend Policy and the Earned/Contributed Capital Mix: A Test of the Lifecycle Theory. Journal of Financial Economics, 81(2), 227-254. https://doi.org/10.1016/j.jfineco.2005.07.005

Dickinson, V. (2011). Cash Flow Patterns as a Proxy for Firm Life Cycle. The Accounting Review, 86(6), 1969-1994. https://doi.org/10.2308/accr-10130

Faff, R., Kwok, W. C., Podolski, E. J., & Wong, G. (2016). Do corporate policies follow a life-cycle? Journal of Banking & Finance, 69, 95–107. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2016.04.009

Freire, M. M. A., Filho, A. R. A., Vasconcelos, A. C., & Fernandes, J. S. (2022). O Efeito Moderador da Internacionalização na Relação entre Governança Corporativa e Republicação das Demonstrações Financeiras. Contabilidade, Gestão e Governança, 25(1), 1-22. http://dx.doi.org/10.51341/1984-3925_2022v25n1a1

Frezatti, F., Relvas, T. R. S., Nascimento, A. R., Junqueira, E. R., & Bido, D. S. (2010). Perfil de planejamento e o ciclo de vida organizacional nas empresas brasileiras. Revista de Administração, 45(4), 383-399. https://doi.org/10.1016/S0080-2107(16)30469-1

Ganz, A. C. S., Schlotefeld, J. O., & Rodrigues Júnior, M. M. (2020). Modelos de precificação de ativos financeiros e governança corporativa. Revista de Administração Mackenzie, 21(2), eRAMF200010. https://doi.org/10.1590/1678-6971/eRAMF200010

González, J. S., & García-Meca, E. (2014). Does Corporate Governance Influence Earnings Management in Latin American Markets? Journal of Business Ethics, 121(3), 419-440. https://doi.org/10.1007/s10551-013-1700-8

Habib, A., & Hasan, M. M. (2019). Corporate life cycle research in accounting, finance and corporate governance: A survey, and directions for future research. International Review of Financial Analysis, 61, 188-201. https://doi.org/10.1016/j.irfa.2018.12.004

Hasan, M., & Habib, A. (2017). Corporate life cycle, organizational financial resources and corporate social responsibility. Journal of Contemporary Accounting & Economics, 13, 20-36. https://doi.org/10.1016/j.jcae.2017.01.002

Jenkins, D. S., Kane, G. D., & Velury, U. (2004). The impact of the corporate life-cycle on the value-relevance of disaggregated earnings components. Review of Accounting and Finance, 3(4), 5-20. https://doi.org/10.1108/eb043411

Koh, S., Durand, R. B., Dai, L., & Chang, M. (2015). Financial Distress: Lifecycle and corporate restructuring. Journal of Corporate Finance, 33, 19-33. http://dx.doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2015.04.004

Leal, R. P. C., Carvalhal, A. L., & Ievorlino, A. P. (2015). One decade of evolution of corporate governance practices in Brazil. Revista Brasileira de Finanças, 13(1), 134–161.

Li, S., Qiu, J., & Wan, C. (2011). Corporate Globalization and bank lending. Journal of International Business Research, 42(8), 1016-1042. https://doi.org/10.1057/jibs.2011.29

Lima, A. S. de, Carvalho, E. V. A. de, Paulo, E., & Girão, L. F. A. P. (2015a). Estágios do ciclo de vida e qualidade das informações contábeis no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, 19(3), 398-418. http://dx.doi.org/10.1590/1982-7849rac20151711

Lima, S. H. O., Oliveira, F. D., Cabral, A. C. A., Santos, S. M., & Pessoa, M. N. M. (2015b). Governança corporativa e desempenho econômico: uma análise dos indicadores de desempenho entre os três níveis do mercado diferenciado da BM&FBovespa. Revista de Gestão, 22(2), 187-204. https://doi.org/10.5700/rege55810

Machado, M. R. R., & Gartner, I. V. (2018). The Cressey hypothesis (1953) and an investigation into the occurrence of corporate fraud: an empirical analysis conducted in Brazilian banking institutions. Revista Contabilidade & Finanças, 29(76), 60-81. https://doi.org/10.1590/1808-057x201803270

Machado, V. N., Bianchi, M., Schonerwald, C., & Venturini, L. D. B. (2020). Influência do ciclo da vida na relação entre governança corporativa e financial distress. In XIV Congresso Anpcont, Foz do Iguaço, PR.

Maranho, F. S., & Leal, R. (2018). Corporate governance and firm performance in Latin America: a meta-analysis. Revista Latinoamericana de Administracion, 31(1), 195-211. https://doi.org/10.1108/ARLA-04-2017-0126

Martins, O., & Ventura Júnior, R. (2020). A Influência do Governo Corporativo na Mitigação de Relatórios Financeiros Fraudulentos. Review of Business Management, 22(1), 65-84. https://doi.org/10.7819/rbgn.v22i1.4039

Melo, R. S., Batista, P. C. S., Macedo, A. C. M., & Costa, R. B. L. (2013). A contribuição da governança corporativa para desempenho das empresas brasileiras de capital aberto. Revista de Gestão, 20(1), 79-92. https://doi.org/10.5700/rege488

Miglani, S., Ahmed, K., & Henry, D. (2015). Voluntary corporate governance structure and financial distress: evidence from Australia. Journal of Contemporary Accounting & Economics, 11(1), 18–30. https://doi.org/10.1016/j.jcae.2014.12.005

Miranda, K. F., Melo, J. R. A., & Martins, O. S. (2021). Firms’ legitimation through corporate governance and its association with risk and return in Brazil. RAUSP, 56(1), 55-70, https://doi.org/10.1108/RAUSP-05-2020-0087

Nardi, P. C. C., & Nakao, S. H. (2008). Impacto da Entrada nos Níveis Diferenciados de Governança Corporativa sobre a Imagem Institucional das Empresas. Revista Contabilidade Vista & Revista, 19(2), 85-111.

Novaes, P. V., & Almeida, J. E. (2020). O Papel dos Estágios do Ciclo de Vida da Firma sobre o Disclosure Voluntário e o Custo de Capital Próprio nas Companhias Abertas Brasileiras. BBR. Brazilian Business Review, 17, 601-620. https://doi.org/10.15728/bbr.2020.17.6.1

Oliveira, A. L., & Girão, L. F. A. P. (2018). Acurácia na previsão de lucros e os estágios do ciclo de vida organizacional: evidências no mercado brasileiro de capitais. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 12(1), 121-144. http://dx.doi.org/10.17524/repec.v12i1.1530

Oliveira, W. da C. de., & Monte-Mor, D. S. (2020). Níveis diferenciados de governança corporativa e a probabilidade de violação dos covenants financeiros. Revista De Contabilidade E Organizações, 14, e168945.https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2020.168945

Owen, S., & Yamson, A. (2010). Corporate life cycle and M&A activity. Journal of Banking & Finance, 34(2), 427-440. https://doi.org/10.1016/j.jbankfin.2009.08.003

Ribeiro, F., Carneiro, L. M., & Scherer, L. M. (2018). Ciclo de Vida e Suavização de Resultados: Evidências no Mercado de Capitais Brasileiro. Contabilidade, Gestão e Governança, 21(1), 63-79. http://dx.doi.org/10.21714/1984-39252018v21n1a4

Ribeiro, J. P. M., Viana, D. M. S., & Martins, O. S. (2021). Efeito do Ciclo de Vida na Relação da Governança Corporativa e Custo da Dívida das Empresas Abertas no Brasil. Contabilidade, Gestão e Governança, 24(3), 293-311. http://dx.doi.org/10.51341/1984-3925_2021v24n3a3

Robicheaux, S. H., Fun, X., & Ligon, J. A. (2007). Convertible Debt Use and Corporate Governance. Quarterly Journal of Business and Economics, 46(3), 65-94.

Rossoni, L., & Silva, G. L. M. (2013). Legitimidade, Governança Corporativa e Desempenho: Análise das empresas da BM&FBOVESPA. Revista de Administração de Empresas, 53(3), 272-289.

Shahid, S. M., & Abbas, M. (2019). Does corporate governance play any role in investor confidence, corporate investment decisions relationship? Evidence from Pakistan and India. Journal of Economics & Business, 105, 105839. https://doi.org/10.1016/j.jeconbus.2019.03.003

Shahzad, F., Fareed, Z., Wang, Z., & Shah, S. G. M. (2020). Do idiosyncratic risk, market risk, and total risk matter during different firm life cycle stages? Physica A: Statistical Mechanics and its Applications, 537, 122550. https://doi.org/10.1016/j.physa.2019.122550

Shleifer, A., & Vishny, R. (1997). A survey of corporate gorvenance. Journal of Finance, 52, 737-775. https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1997.tb04820.x

Silva Campos, S. S., Machado Filho, C. A. P., Costa, R. S. S. & Santos-Costa, L. (2022). The contribution of the external director for Brazilian private family business: a generational approach. Journal of Family Business Management, 12(4), 981-998. https://doi.org/10.1108/JFBM-05-2021-0042

Silva, E. S., Kayo, E. K., & Nardi, R. Y. S. (2016). Governança corporativa e criação de valor em aquisições. Revista de Gestão, 23. 222-232. http://dx.doi.org/10.1016/j.rege.2016.06.004

Publicado

2023-07-31

Como Citar

Oliveira, W. da C. de, & Queiroz, D. B. de. (2023). Associação do Ciclo da Vida Organizacional das Companhias Brasileiras Com o Nível de Governança Corporativa. Contabilidade Gestão E Governança, 26(1), 01–31. https://doi.org/10.51341/cgg.v26i1.2942

Edição

Seção

Artigo científico (Seção de Gestão e Contabilidade de Empresas Privadas & do Terceiro Setor)

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)