Impacto dos Recursos Financeiros do BNDES no Valor de Mercado das Empresas Listadas na B3
DOI:
https://doi.org/10.51341/1984-3925_2021v24n1a2Palavras-chave:
Mercado de capitais, Financiamento, BNDES, Estrutura de capital, Valor de mercado.Resumo
Objetivo: Analisar se os recursos obtidos junto ao BNDES contribuíram para o aumento do valor de mercado das empresas brasileiras por meio de uma amostra composta por 272 observações referente a 40 empresas listadas na B3, de 2003 a 2018.
Método: Análise de dados em painel com estimador One-step system GMM e pelo teste não paramétrico Kruskal-Wallis H, seguido pelo teste Dunn.
Originalidade/Relevância: A relevância deste estudo está na análise de uma possível associação entre o financiamento do BNDES e o valor de mercado das empresas brasileiras.
Resultados: Não observamos que o apoio financeiro do BNDES poderia estar associado a um aumento no valor de mercado das empresas. Não foi possível estabelecer uma relação causal a respeito do apoio financeiro do BNDES e um impacto no valor de mercado corporativo quando analisamos nossa amostra completa. Porém, observamos a existência de diferença nas médias do valor de mercado corporativo quando analisamos em grupos de empresas. Esse resultado não condiz com os escândalos financeiros recentes no Brasil envolvendo empresas que obtiveram recursos do BNDES.
Contribuições teóricas/metodológicas: Os achados desta pesquisa podem auxiliar na elaboração de uma política eficiente para o fomento das empresas brasileiras, pois a análise do desempenho do BNDES é fundamental para determinar se a aplicabilidade da política de fomento brasileira atingiu os resultados propostos.
Downloads
Referências
Albuquerque, B., Grimaldi, D., Giambiagi, F., & Barboza, R. (2018). Os bancos de desenvolvimento e o papel do BNDES. Rio de Janeiro: BNDES.
Almeida, M. (2009). Desafios da real política industrial brasileira do século XXI. Brasília: IPEA. (Texto para Discussão 1452)
Alvarez, R., Prince, D., & Kannebley Jr., S. (2014). Financiamento a exportações de produtos manufaturados brasileiros: uma análise microeconométrica. Prêmio CNI de Economia.
Ambrozio, A., Lage de Sousa, F., Faleiros, J., & Sant’Anna, A. (2017). Credit scarcity in developing countries: An empirical investigation using Brazilian firm-level data. EconomiA, 18(1), 73-87. https://doi.org/10.1016/j.econ.2016.12.001
Anderson, T. W., & Hsiao, C. (1982). Formulation and estimation of dynamic models using panel data. Journal of econometrics, 18(1), 47-82.
Arellano, M., & Bond, S. (1991). Some tests of specification for panel data: Monte Carlo evidence and an application to employment equations. The review of economic studies, 58(2), 277-297.
Arellano, M., & Bover, O. (1995). Another look at the instrumental variable estimation of error-components models. Journal of econometrics, 68(1), 29-51.
Baltagi, B. H. (2005). Econometric analysis of panel data. 3rd Edition. John Wiley & Sons.
Banco Central do Brasil. (2021). Cotações e boletins. Retrieved from https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/historicocotacoes, Access: January 11th, 2021.
Banco Nacional De Desenvolvimento Econômico E Social (BNDES). (2019a). Estatísticas operacionais do sistema BNDES. Retrieved from https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/estatisticas-desempenho/ estatisticas-operacionais-sistema-bndes, Access: June 23rd, 2019.
Banco Nacional De Desenvolvimento Econômico E Social (BNDES). (2019b). Como solicitar. Retrieved from https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/ financiamento/guia/como-solicitar, Access: June 20th, 2019.
Banco Nacional De Desenvolvimento Econômico E Social (BNDES). (2019c). Formas de apoio. Retrieved from https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/ financiamento/guia/Formas-de-Apoio, Access: June 25th, 2019.
Banco Nacional De Desenvolvimento Econômico E Social (BNDES). (2019d). Carteira da BNDESPar. Retrieved from https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/transparencia/consulta-operacoes-bndes/carteira-acionaria, Access: June 23rd, 2019.
Banerjee, A. (1997). A theory of misgovernance. Quarterly Journal of Economics, 112(4), 1289-1332. https://doi.org/10.1162/003355300555484
Barboza, R., Furtado, M., & Gabrielli, H. (2019). A atuação histórica do BNDES: o que os dados têm a nos dizer? Brazilian Journal of Political Economy, 39(3), 544-560.
Barboza, R., & Vasconcelos, G. (2019). Measuring the aggregate effects of the Brazilian Development Bank on investment. The North American Journal of Economics and Finance, 47, 223-236. https://doi:10.1016/j.najef.2018.12.013
Black, B. S., De Carvalho, A. G., & Gorga, É. (2012). What matters and for which firms for corporate governance in emerging markets? Evidence from Brazil (and other BRIK countries). Journal of Corporate Finance, 18(4), 934-952. https://doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2011.10.001
Blundell, R., & Bond, S. (1998). Initial conditions and moment restrictions in dynamic panel data models. Journal of econometrics, 87(1), 115-143.
Bonomo, M., Brito, R., & Lazzarini, S. (2018). Crédito direcionado e financiamento do desenvolvimento. In J. De Negri, B. Araújo, & R. Bacelette, R. (eds.). Desafios da nação: artigos de apoio, v. 1 (pp. 629-661). Brasília: IPEA.
Bonomo, M., Brito, R., & Martins, B. (2015). The after crisis government-driven credit expansion in Brazil: a firm level analysis. Journal of International Money and Finance, 55, 111-134. http://doi.org/10.1016/j.jimonfin.2015.02.017
Campos, P. H. P. (2014). “Estranhas catedrais”: as empreiteiras brasileiras e a ditadura civil-militar, 1964-1988. Editora da UFF. ISBN 978-85-228-0984-4.
Carvalho, D. (2014). The real effects of government-owned banks: Evidence from an emerging market. Journal of Finance, 69(2), 577–609. https://doi.org/10.1111/jofi.12130
Cavalcanti, T., & Vaz, P. (2017). Access to long-term credit and productivity of small and medium firms: a causal evidence. Economic Letters (Amsterdam), 150, 21-25. https://doi.org/10.1016/j.econlet.2016.10.043
Chaney, P., Faccio, M., & Parsley, D. (2011). The quality of accounting information in politically connected firms. Journal of Accounting and Economics, 51(1), 58-76. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.07.003
Cole, S. (2009). Fixing market failure or fixing elections? Agricultural credit in India. American Economic Journal: Applied Economics, 1(1), 219-250. https://doi.org/10.1257/app.1.1.219
Dancey, C., & Reidy, J. (2018). Estatística Sem Matemática para Psicologia-7. Penso Editora.
De Aghion, B. (1999). Development banking. Journal of Development Economics, 58, 83-100. https://doi.org/10.1016/S0304-3878(98)00104-7
De Bolle, M. (2015). Do public development banks hurt growth? Evidence from Brazil. Peterson Institute for International Economics Policy Brief, PB, 15-16.
De La Torre, A., Gozzi, J., & Schmukler, S. (2017). Innovative experiences in access to finance: market friendly roles for the invisible hand? Latin America Development Forum. Washington, DC: World Bank. https://doi.org/10.1596/978-0-8213-7080-3
Dunn, O. J. (1964). Multiple comparisons using rank sums. Technometrics, 6(3), 241-252.
Ferraz, J., Além, A., & Madeira, R. (2013). A contribuição dos bancos de desenvolvimento para o financiamento de longo prazo. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, 40, p. 5-42.
Ferraz, J., & Coutinho, L. (2017). Investment policies, development finance and economic transformation: Lessons from BNDES. Structural Change and Economic Dynamics. https://doi:10.1016/j.strueco.2017.11.008
Frischtak, C., Pazarbasioglu, C., Byskov, S., Perez, A. & Carneiro, I. (2017). Towards a more effective BNDES. World Bank Finance and Markets Global Practice 117304. Washington, DC: World Bank.
Gonçalves, R. (2017). Diplomacia presidencial, corrupção, internacionalização das empreiteiras e perda de poder do Brasil no sistema internacional: o efeito bumerangue da política externa no governo Lula. Texto para discussão. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Retrieved from https://www.ie.ufrj.br/images/IE/TDS/2017/TD_IE_008%20RECORTADO_2017_GONCALVESv.3.pdf, Access: January 11th, 2021.
Inoue, C., Lazzarini, S., & Musacchio, A. (2013). Leviathan as a minority shareholder: firm-level implications of state equity purchases. Academy of Management Journal (Ada, Ohio), 56(6), 1775-1801. https://doi.org/10.5465/amj.2012.0406
Jensen, M., & Meckling, W. (1976). Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3, 305-360. https://doi.org/10.1016/0304-405X(76)90026-X
Kruskal, W. H., & Wallis, W. A. (1952). Use of ranks in one-criterion variance analysis. Journal of the American statistical Association, 47(260), 583-621.
La Porta, R., Lopez-De-Silanes, F., & Shleifer, A. (2002). Government ownership of banks. Journal of Finance, 57(1), 265-301. https://doi.org/10.1111/1540-6261.00422
Lazzarini, S., & Musacchio, A. (2011). Leviathan as a minority shareholder: a study of equity purchases by the Brazilian National Development Bank (BNDES), 1995–2003 [Harvard Business School BGIE Unit working paper]. Harvard Business School, Harvard University, n. 11-073. https://doi.org/10.2139/ssrn.1745081
Lazzarini, S., Musacchio, A., Bandeira-de-Mello, R., & Marcon, R. (2015). What do state-owned development banks do? Evidence from BNDES, 2002–2009. World Development, 66, 237-253. http://doi.org/10.1016/j.worlddev.2014.08.016
Luna-Martínez, J., & Vicente, C. (2012). Global survey of development banks [Policy research working paper]. World Bank, Washington, n. 5.969. https://doi.org/10.1596/1813-9450-5969
Machado, M. R. R., Gartner, I. R., & de Souza Machado, L. (2017). Relação entre Ibovespa e Variáveis Macroeconômicas: Evidências a Partir de um Modelo Markov-Switching. Revista Brasileira de Finanças, 15(3), 435-468.
Maffioli, A., de Negri, J. A., Rodriguez, C. M., & Vazquez-Bare, G. (2017). Public Credit Programmes and Firm Performance in Brazil. Development Policy Review, 35(5), 675-702. https://doi.org/10.1111/dpr.12250
Manova, K. (2012). Credit constraints, heterogeneous firms, and international trade. Review of Economic Studies, 80, 711-744. https://doi.org/10.1093/restud/rds036
Modigliani, F., & Miller, M. (1958). The cost of capital, corporate finance and the theory of investment. American Economic Review, 48(3), 261-297.
Modigliani, F., & Miller, M. (1963). Corporate income taxes and the cost of capital: a correction. American Economic Review, 53(3), 433-443.
Myers, S. (1977). Determinants of corporate borrowing. Journal of Financial Economics, 5(2), 147-175. https://doi.org/10.1016/0304-405X(77)90015-0
Myers, S. (1984). The capital structure puzzle. Journal of Finance, 39(3), 575-592. https://doi.org/10.2307/2327916
Myers, S., & Majluf, N. (1984). Corporate financing and investment decisions when firms have information that investors do not have. Journal of Financial Economics, 13(2), 187-221. https://doi.org/10.1016/0304-405X(84)90023-0
Oliveira, F. (2019). Investment of firms in Brazil: do financial restrictions, unexpected monetary shocks and BNDES play important roles? Revista Brasileira de Economia, Rio de Janeiro, 73(2), 235-251. http://dx.doi.org/10.5935/0034-7140.20190011
Onezorge, P. V. B., & Teixeira, A. J. C. (2016). Relação entre Book-Tax-Differences e governança corporativa nas empresas listadas na BM&F Bovespa. In Anais do Congresso ANPCONT, Ribeirão Preto, SP, Brasil, X. Retrieved from http://www. anpcont. org. br/congresso. php, Access October 17th, 2020.
Renders, A., Gaeremynck, A., & Sercu, P. (2010). Corporate‐governance ratings and company performance: a cross‐European study. Corporate Governance: An International Review, 18(2), 87-106. https://doi.org/10.1111/j.1467-8683.2010.00791.x
Rocca, C. (2018). Financiamento do investimento no Brasil e o papel do Mercado de capitais. São Paulo: IEDI.
Roodman, D. (2009). How to do xtabond2: An introduction to difference and system GMM in Stata. The stata journal, 9(1), 86-136.
Rudolph, H. (2009). State financial institutions: mandates, governance, and beyond. World Bank Policy Research Series 5141. Washington, DC: World Bank. https://doi.org/10.1596/1813-9450-5141
Shleifer, A., & Vishny R. (1994). Politicians and firms. Quarterly Journal of Economics, 109, 995-1025. https://doi.org/10.2307/2118354
Shleifer, A. (1998). State versus private ownership. Journal of Economic Perspectives, 12, 133-150. https://doi.org/10.3386/w6665
Silva, A., & Zorman, F. (2013). Can a development bank improve the governance of investee companies? Evidence from BNDES in Brazil. International Journal of Economics and Management Engineering, 7 (2). https://doi.org/10.5281/zenodo.1332288
Sousa, F., & Ottaviano, G. (2018). Relaxing credit constraints in emerging economies: The impact of public loans on the productivity of Brazilian manufacturers. International Economics, 154, 23-47. https://doi.org/10.1016/j.inteco.2017.11.002
Stiglitz, J. (1972). Some aspects of the pure theory of corporate finance: bankruptcies and takeovers. Journal of Economics and Management Science, 3(2), 458-482. http://doi.org/10.2307/3003033
Stiglitz, J., & Weiss, A. (1981). Credit rationing in markets with imperfect information. American Economic Review, 71(3), 393-410. https://doi.org/10.7916/D8V12FT1
Tinoco, G., Giambiagi, F., Leite, J., Nunes, A., & Provençano, F. (2018). A renegociação da dívida do BNDES com o Tesouro Nacional: antecedentes, motivação e desdobramentos. Rio de Janeiro: BNDES.
Torres Filho, E., & Costa, F. (2015). BNDES e o financiamento do desenvolvimento. Economia e Sociedade, 21(4), 975-1009.
Torres, E., & Zeidan, R. (2016). The life-cycle of national development banks: The experience of Brazil's BNDES. The Quarterly Review of Economics and Finance, 62, 97-104. https://doi.org/10.1016/j.qref.2016.07.006
Ullah, S., Akhtar, P., & Zaefarian, G. (2018). Dealing with endogeneity bias: The generalized method of moments (GMM) for panel data. Industrial Marketing Management, 71, 69-78. https://doi.org/10.1016/j.indmarman.2017.11.010
United Nations (UN). (2005). Rethinking the role of national development banks. New York: Financing for Development Office, UN Department of Economic and Social Affairs.
Wooldridge, J. (2015). Introductory econometrics: A modern approach. Mason, OH: South-Western Cengage Learning.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores detêm os direitos autorais relativos ao seu artigo e cedem à Revista Contabilidade, Gestão e Governança os direitos exclusivos de primeira publicação (englobando comunicação ao público e reprodução), com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição Não Comercial 4.0 Internacional (CC BY-NC).
Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, desde que para fins não comerciais, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico, desde que sem uso/distribuição comercial.
