Concentração de Propriedade e Desempenho em Empresas Brasileiras em Períodos de Oferta Pública Inicial

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51341/1984-3925_2020v23n1a2

Palavras-chave:

Initial Public Offering, Desempenho, Concentração de propriedade

Resumo

Objetivo: investigar a relação entre a concentração de propriedade e a variação do desempenho antes e depois da Initial Public Offering (IPO) em empresas listadas na B3.

Método: foram utilizados dados do Formulário de Referência de 55 empresas. A variação do desempenho foi avaliada pela diferença entre as medianas do Retorno Sobre o Ativo (ROA) e do Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) dos dois exercícios anteriores e posteriores à IPO. A concentração de propriedade considerou a proporção de ações com direito a voto pertencente ao principal acionista e aos dois principais, e assim por diante, até alcançar a soma dos cinco principais acionistas.

Originalidade/relevância: além da contribuição para a literatura, o estudo diferencia-se de pesquisas nacionais anteriores ao abordar a variação do desempenho antes e depois da IPO, dados os impactos que os processos de abertura de capital podem trazer para as empresas.

Resultados: os resultados sugerem que o desempenho da empresa diminui após a IPO, com base no valor médio do ROA e no valor médio do ROE. No entanto, nenhuma influência estatisticamente significante da concentração de propriedade foi detectada como determinante na variação de desempenho da empresa brasileira antes e após sua abertura de capital.

Contribuições teóricas/metodológicas: com base na amostra e na presença das variáveis inseridas nas estimações econométricas propostas, observa-se que grandes acionistas controladores parecem não determinar de maneira direta a performance das empresas em períodos próximos a IPO, não alinhando-se às proposições teóricas de estudos anteriores, sugerindo que outros fatores possam interferir nesse comportamento.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abdullah, W. A. W., Percy, M., & Stewart, J. (2015). Determinants of voluntary corporate governance disclosure: evidence from Islamic banks in the southeast Asian and the gulf cooperation council regions. Journal of Contemporary Accounting & Economics, 11(3), 262-279. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jcae.2015.10.001.

Al-Shammari, H. A., O’brien, W. R., & Albusaidi, Y. H. (2013). Firm internationalization and IPO firm performance: the moderating effects of firm ownership structure. International Journal of Commerce and Management, 23(3), 242-261. DOI: https://doi.org/10.1108/IJCoMA-03-2013-0029.

Andrade, A, & Rossetti, J. P. (2012). Governança corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendências. São Paulo: Atlas.

Azofra, V., & Santamaría, M. (2011). Ownership, control, and pyramids in Spanish commercial banks. Journal of Banking & Finance, 35(6):1464-1476. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jbankfin.2010.10.029.

Berle, A., & Means, G. (1932). The modern corporation and private property. New York: Macmillan.

Biral, R. A. F. (2010). A abertura de capital afeta o desempenho operacional das empresas? Evidência da onda de IPOs 2004-2008. Dissertação de Mestrado, Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, Brasil.

Boonchuaymetta, E., & Chuanrommanee, W. (2013). Management of the IPO performance in Thailand. Journal of Multinational Financial Management, 23(4), 273-284. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.mulfin.2013.05.004.

Braam, G. J. M., Weerd, L. U., Hauck, M., & Huijbregts, M. A. J. (2016). Determinants of corporate environmental reporting: the importance of environmental performance and assurance. Journal of Cleaner Production, 19(12), 1306-1314. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-6281.2011.00330.x.

Brito, B. M. B., & Gartner, I. R. (2015). Underpricing nas ofertas públicas iniciais: evidências empíricas no Brasil (2002-2013). BASE - Revista de Administração e Contabilidade da UNISINOS, 12(3), 168-182.

Breusch, T. S., & Pagan, A. R. (1979). The Lagrange multiplier test and its applications to model specification in econometrics. Review of Economic Studies, 47(1), 239-253.

Bruton, G. D., Filatotchev, I., Chahine, S., & Wright, M. (2010). Governance, ownership structure, and performance of IPO firms: the impact of different types of private equity investors and institutional environments. Strategic Management Journal, 31(5), 491-509. DOI: https://doi.org/10.1002/smj.822.

Caixe, D. F., & Krauter, E. (2013). A influência da estrutura de propriedade e controle sobre o valor de mercado corporativo no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças, 24(62), 142-153. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1519-70772013000200005.

Campos, T. L. C. (2006). Estrutura da propriedade e desempenho econômico: uma avaliação empírica para as empresas de capital aberto no Brasil. Revista de Administração, 41(4), 369-380.

Claessens, S., Djankov, S., Fan, J. P. H., & Lang, L. H. P. (2002). Disentangling the incentive and entrenchment effects of large shareholdings. The Journal of Finance, 57(6), 2741-2771. DOI: https://doi.org/10.1111/1540-6261.00511.

Carpes, A. M. da S., & Cunha, P. R. (2018). Mecanismos de Governança Corporativa nos Diferentes Ciclos de Vida de Cooperativas Agropecuárias do Sul do Brasil. Revista Contabilidade, Gestão e Governança, 21(1), 80-99. DOI: http://dx.doi.org/10.21714/1984-3925_2018v21n1a5

Crisóstomo, V. L., & Freire, F. S. (2015). The influence of ownership concentration on firm resource allocations to employee relations, external social actions, and environmental action. Review of Business Management, 17(55), 987-1006. DOI: http://dx.doi.org/10.7819/rbgn.v17i55.2026.

Crisóstomo, V. L., & Pinheiro, B. G. (2016). Estrutura de capital e concentração de propriedade da empresa brasileira. Revista de Finanças Aplicadas, 4(1), 1-30.

Demsetz, H., & Villalong, B. (2001). Ownership Structure and Corporate Performance. Journal of Corporate Finance, 7(3), 209-33. DOI: http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.26610.

Domingos, S. R. M. (2014). Gerenciamento de resultados contábeis em oferta pública de ações. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Brasil.

Erickson, J., Park, Y. W., Reising, J., & Shin, H.-H. (2005). Board composition and firm value under concentrated ownership: the Canadian evidence. Pacific-Basin Finance Journal, 13(4), 387–410. DOI:10.1016/j.pacfin.2004.11.002

Fahlenbrach, R., & Stulz, R. M. (2009). Managerial ownership dynamics and firm value. Journal of Financial Economics, 92(3), 342-361. DOI: http://dx.doi.org/10.3386/w13202.

Farooq, O., & Zaroauli, I. (2016). Financial centers and ownership concentration: when is ownership concentration value relevant? Evidence from an emerging market. Research in International Business and Finance, (38), 236-245. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ribaf.2016.04.017.

Freitas, G. A.; Silva, E. M.; Oliveira, M. C.; Cabral, A. C. de A.; & Santos, S. M. (2018). Governança Corporativa e Desempenho dos Bancos Listados na B3 em Ambiente de Crise Econômica. Revista Contabilidade, Gestão e Governança, 21(1), 100-119. DOI: http://dx.doi.org/10.21714/1984-3925_2018v21n1a6

Foley, C. F., & Greenwood, R. (2010). The evolution of corporate ownership after IPO: the impact of investor protection. Review of Financial Studies, 23(3), 1231-1260. DOI: https://doi.org/10.1093/rfs/hhp069.

García-Meca, E., & Sánchez-Ballesta, J. P. (2011). Firm value and ownership structure in Spanish capital market. Corporate Governance, 11(1), 41-53. DOI: http://dx.doi.org/10.1007/s10672-005-6939.

Gaur, S. S., Bathula, H., & Singh, D. (2015). Ownership concentration, board characteristics and firm performance. Management Decision, 53(5), 911–931. DOI: http://dx.doi.org/10.1108/md-08-2014-0519

Gonzalez, M., Molina, C. A., Pablo, E., & Rosso, J. W. (2017). The effect of ownership concentration and composition on dividends: Evidence from Latin America. Emerging Markets Review, 30, 1–18. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.ememar.2016.08.018

Gray, D. E. (2012). Pesquisa no mundo real. (2. ed.). Porto Alegre: Penso.

Gugler, K., Mueller, D. C., & Yurtoglu, B. B. (2008). Insider ownership, ownership concentration and investment performance: an international comparison. Journal of Corporate Finance, 14(5), 688-705. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jcorpfin.2008.09.007.

Gujarati, D. N., & Porter, D. C. (2011). Econometria básica. (5. Ed). Porto Alegre: Bookman.

Hanafi, M. M., & Setiawan, A. (2018). Ownership concentration, institutional ownership, and IPO underpricing: evidence from Indonesia Stock Exchange. International Journal Of Governance and Financial Intermediation, 1(1), 3-17. DOI: https://doi.org/10.1504/IJGFI.2018.091476.

Helwege, J., Pirinsky, C., & Stulz, R. M. (2007). Why do firms become widely held? An analysis of the dynamics of corporate ownership. The Journal of Finance, 62(3), 995-1028. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.2007.01229.x.

Hitt, M. A., Ireland, R. D., & Hoskisson, R. (2008). Administração estratégica. (2. ed.). São Paulo: Cengage Learning.

Jain, B. A., & Kini, O. (1994). The post-issue operating performance of IPO firms. Journal of Finance, 49(5), 1699-1726.

Jain, B. A., & Kini, O. (1995). Venture Capitalist Participation and the Post-issue Operating Performance of IPO Firms. Managerial and Decision Economics, 16, 593-606. Doi: http://10.1002/mde.4090160603.

Jensen, M., & Meckling, W. (1976). Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, 3(4), 305-360.

Ji, X., Lu, W., & Qu, W. (2015). Determinants and economic consequences of voluntary disclosure of internal control weaknesses in China. Journal of Contemporary Accounting & Economics, 11(1), 1-17. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jcae.2014.12.001.

Kalil, J. P. A., & Benedicto, G. C. (2018). Impactos da oferta pública inicial de ações no desempenho econômico-financeiro de empresas brasileiras na B3. Race - Revista de Administração, Contabilidade e Economia, 17(1), 197-224. DOI: http://dx.doi.org/10.18593/race.v17i1.16314.

Kim, K., Kitsabunnarat, P., & Nofsinger, J. R. (2004). Ownership and operating performance in an emerging market: evidence from Thai IPO firms. Journal of Corporate Finance, 10 (3), 355-381. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0929-1199(02)00019-6.

Kurtaran, A., & Er, B. (2008). The post-issue operating performance of IPOs in an emerging market: evidence from Istanbul stock exchange. Investment Management and Financial Innovations, 5(4), 50-62. DOI: http://dx.doi.org/10.1002/mde.4090160603.

Kutsuna, K., Okamura, H., & Cowling, M. (2002). Ownership structure pre- and post-IPOs and the operating performance of Jasdaq companies. Pacific Basin Finance Journal, 10(2), 163-181. DOI: https://doi.org/10.1016/S0927-538X(01)00041-5.

La Porta, R., Lopez-De Silanes, F., Shleifer, A., & Vishny, R. (2000). Investor protection and corporate governance. Journal of Financial Economics, (58), 3-27.

Leech, D., & Leahy, J. (1991). Ownership structure, control type classifications and the performance of large British companies. The Economic Journal, 101(409), 1418-1437. DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-8683.2005.00420.x.

Li, K., Lu, L., Mittoo, U. R., & Zhang, Z. (2015). Board independence, ownership concentration and corporate performance: Chinese evidence. International Review of Financial Analysis, 41, 165-175. DOI: https://doi.org/10.1108/CMS-05-2016-0094.

Martinez, A. L., & Martins, V. A. M. (2016). Alavancagem financeira e agressividade fiscal no Brasil. Alavancagem financeira e agressividade fiscal no Brasil. Revista de Contabilidade da UFBA, 10 (3), 5-22.

Mauad, R. P., & Forte, D. (2017). Private Equity gera valor ao acionista? Uma análise comparativa de retorno e risco após o IPO. Revista Brasileira de Finanças (online), Rio de Janeiro, 15(1), 26-58.

Machek, O., Kubíček, A. (2018). The relationship between ownership concentration and performance in Czech Republic. Journal of International Studies, 11(1), 177-186. DOI: https://doi.org/10.14254/2071-8330.2018/11-1/13

Mikkelson, W. H., Partch, M. M., & Shah, K. (1997). Ownership and operating performance of companies that go public. Financial Economics, 44(3), 281-307. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/S0304-405X(97)00006-8.

Morck, R., Shleifer, A., & Vishny, R. W. (1998). Management ownership and market valuation: an empirical analysis. Journal of Financial Economics, 20 (1-2), 293-315. DOI: https://doi.org/10.1016/0304-405X(88)90048-7.

Muttakin, M. B., & Khan, A. (2014). Determinants of corporate social disclosure: empirical evidence from Bangladesh. Advances in Accounting, 30(1), 168-175. DOI: https://doi.org/10.1016/j.adiac.2014.03.005.

Okimura, R. T., Silveira, A. D. M., & Rocha, K. C. (2007). Estrutura de propriedade e desempenho corporativo no Brasil. Revista de Administração Contemporânea, 1(1), 119-135.

Oreiro, J. L. (2017). A grande recessão brasileira: diagnóstico e uma agenda de política econômica. Estudos Avançados, 31(89), 5-88. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/s0103-40142017.31890009

Otero, S. A, & Iturriaga, F. J. L. (2018). Does corporate governance affect the valuation of Spanish IPOs? The role of ownership structure and the board of directors. Revista Española de Financiación y Contabilidad, 47(2), 214-241. DOI: https://doi.org/10.1080/02102412.2018.1429556.

Paula, L. F. de, & Pires, M. (2017). Crise e perspectivas para a economia brasileira. Estudos Avançados, 31(89), 125-44.DOI: http://dx.doi.org/10.1590/s0103-40142017.31890013.

PWC. (2016). Abertura de capital: IPO. Recuperado em maio, 2016, de http://www.pwc.com.br/pt/servicos/mercado-capitais/abertura-capital-ipo.html.

Sonza, I. B., & Kloeckner, G. O. (2013). Influência da estrutura de propriedade na eficiência das menores e maiores empresas brasileiras negociadas na Bovespa. Revista de Finanças Aplicadas, (1), 1-19.

Silva, L. F., Lucena, W. G. L., & Paulo, E. (2017). Uma análise do desempenho econômico e financeiro das IPOs no Brasil. Revista Capital Científico, 15(1), 1-18.

Steffen, H. C., & Zanini, F. A. M. (2012). Abertura de capital no Brasil: percepções de executivos financeiros. Revista Contabilidade & Finanças, 23(59), 102-115.

Teixeira, E. A., Nossa, V., & Funchal, B. (2011). O índice de sustentabilidade empresarial (ISE) e os impactos no endividamento e na percepção de risco. Revista Contabilidade & Finanças, 22(55), 29-44. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1519-70772011000100003.

Wang, C. (2005). Ownership and operating performance of Chinese IPOs. Journal of Banking & Finance, 29(7), 1835-1856. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jbankfin.2004.07.003.

Wang, X., Cao, J., Liu, Q., Tang, J., & Tian, G. G. (2015). Disproportionate ownership structure and IPO long-run performance of non-SOEs in China. China Economic Review, (32), 27-42. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.chieco.2014.11.004.

White, H. A (1980). Heteroskedasticity-consistent covariance matrix estimator and a direct test of heteroskedasticity. Econometrica, 48(4), 817-838.

Publicado

2020-04-29

Como Citar

Viana Junior, D. B. C., Morais, C. R. F. de, De Luca, M. M. M., & Vasconcelos, A. C. de. (2020). Concentração de Propriedade e Desempenho em Empresas Brasileiras em Períodos de Oferta Pública Inicial. Contabilidade Gestão E Governança, 23(1), 19–37. https://doi.org/10.51341/1984-3925_2020v23n1a2

Edição

Seção

Artigo científico (Seção de Gestão e Contabilidade de Empresas Privadas & do Terceiro Setor)

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)