A Influência Do Autoengano Na Prática Da Evasão Fiscal No Brasil

Ivone Vieira Pereira; Cesar Augusto Tibúrcio Silva

doi:10.51341/1984-3925_2021v24n2a4

Autores

Ivone Vieira Pereira Universidade de Rio Verde http://orcid.org/0000-0001-9234-5708
Cesar Augusto Tibúrcio Silva Universidade de Rio Verde https://orcid.org/0000-0002-5717-9502

DOI:

https://doi.org/10.51341/1984-3925_2021v24n2a4

Palavras-chave:

Regressão logística. Autoengano. Evasão fiscal. Flexibilidade de categorização.

Resumo

Objetivo: Os estudos presentes na literatura evidenciam que os fatores econômicos e comportamentais influenciam na prática da evasão fiscal. Considerando essa perspectiva, esta pesquisa teve o objetivo de identificar se o autoengano influencia na prática da evasão fiscal no Brasil.

Método: A coleta de dados foi realizada por meio de um quase-experimento, seguido de aplicação de questionário, entre novembro de 2016 e setembro de 2017. Foram aplicados in loco 800 instrumentos de coleta de dados em todas as regiões geográficas do país, sendo 598 deles validados. Adotaram-se medidas para assegurar as validades de conteúdo, critério e constructo.

Resultados: O teste de confiabilidade resultou em um Alfa de Cronbach de 0,63, e a Confiabilidade Composta foi superior a 0,60. Os dados foram analisados através da regressão logística binária. Os resultados desta pesquisa sugerem, sob a abordagem multivariada, que o autoengano influencia nas chances de adoção da evasão fiscal dos indivíduos.

Originalidade/Relevância: Este estudo difere-se dos demais por analisar a evasão fiscal a partir da influência do comportamento humano do contribuinte.

Contribuições teóricas/metodológicas: A partir de uma abordagem interdisciplinar, o estudo contribui com a Administração Pública na determinação de ações que possam desestimular a sonegação fiscal por meio da implementação de estratégias políticas que incluam os fatores comportamentais do contribuinte.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Adams, J. S. (1965). Inequity in social exchange. In L. Berkowitz, Advances in experimental social psychology (pp. 267–299). New York: Academic Press. https://doi.org/10.1016/S0065-2601(08)60108-2

Allingham, M. G., & Sandmo, A. (1972). Income tax evasion: a theoretical analysis. Journal of Public Economics, 1(3-4), 323–338. https://doi.org/10.1016/0047-2727(72)90010-2

Alm, J. (2012). Measuring, explaining, and controlling tax evasion: lessons from theory, experiments, and field studies. International Tax and Public Finance, 9(1), 54–77. https://doi:10.1007/s10797-011-9171-2

Andrighetto, G., Zhang, N., Ottone, S., Ponzano, F., D’Attoma, J., & Steinmo, S.. (2016). Are some countries more honest than others? Evidence from a tax compliance experiment in Sweden and Italy. Frontiers in Psychology, 7, 1–8. https://doi.org/10.3389/fpsyg.2016.00472

Baldry, J. C. (1986). Tax evasion is not a gamble: a report on two experiments. Economic Letters, 22(4), 333–335. https://doi.org/10.1016/0165-1765(86)90092-3

Becker, G. D. (1968). Crime and punishment: an economical approach. Journal of Political Economy, 76(2), 169–217.

Bloomquist, K. M. (2006). A comparison of agent-based models of income tax evasion. Social Science Computer, 24(4), 411–425. https://doi.org/10.1177/0894439306287021.

Bosco, L., & Mittone, L. (1997). Tax evasion and moral constraints: some experimental evidence. Kyklos, 50(3), 297–324.

Brasil. Secretaria da Receita Federal do Brasil. Plano Anual da Fiscalização da Receita Federal do Brasil de 2017 e Resultados de 2016. Ministério da Fazenda, Brasília, DF, 2017.

Chiarini, B., Marzano, E., & Schneider, F. (2013). Tax rates and tax evasion: an empirical analysis of the long-run aspects in Italy. European Journal of Law and Economics, 35(2), 273–293. http://doi.org/ 10.1007/s10657-011-9247-6

Diniz, E. H., Barbosa, A. F., Junqueira, A. R. B., & Prado, O. (2009). O governo eletrônico no Brasil: perspectiva histórica a partir de um modelo estruturado de análise. Revista de Administração Pública, 43(1), 23–48. http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122009000100003

Fagundes, M. (2015, 22 de outubro). Sonegação de impostos chega a R$ 420 bilhões no Brasil em 2015. O Estado de São Paulo, Recuperado de https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,sonegacao-de-impostos-no-brasil-chega-a-r-420-bi-em-2015,1784149

Giannetti, E. (2005). Autoengano. São Paulo: Companhia das Letras.

Gujarati, D. (2006). Econometria básica. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier.

Guthrie, R. (2014, September 14). The role of professional accountants in the proper functioning of taxation systems. International Federation of Accountants. Retrieved from https://www.ifac.org/global-knowledge-gateway/viewpoints/role-professional-accountants-proper-functioning-taxation

Hofstede, G. (1991). Cultures and organizations: software of the mind. London: McGraw-Hill.

Hosmer, D., & Lemeshow, S. (1989). Applied logistic regression. New York: John Wiley & Sons.

Kogler, C., Batrancea, L., Nichita, A., Pantya, J., Belianin, A., & Kirchler, E. (2013). Trust and power as determinants of tax compliance: testing the assumptions of the slippery slope framework in Austria, Hungary, Romania and Russia. Journal of Economic Psychology, 34, 169–180. https://doi.org/10.1016/j.joep.2012.09.010

Mazar, N., Amir, O., & Ariely, D. (2008). The dishonesty of honest people: a theory of self-concept maintenance. Journal of Marketing Research, XLV, 633–644. https://doi.org/10.1509%2Fjmkr.45.6.633

Mazar, N., & Ariely, D. (2006). Dishonesty in everyday life and its policy implications. Journal of Public Policy & Marketing, 25(1), 117–126. http://dx.doi.org/10.1509/jppm.25.1.117

McCoon, M. (2011). Tax compliance in Latin America: a cross country analysis. Journal of Finance & Accountancy, 7, 1-16.

Mittone, L. (2006). Dynamic behavior in tax evasion: an experimental approach. The Journal of Socio-Economics, 35, 813–835. http://doi:10.1016/j.socec.2005.11.065

Pernías, T. R. (2017, 25 de abril). Sonegação fiscal, o esporte predileto das elites. Carta Capital. Recuperado de https://www.cartacapital.com.br/blogs/brasil-debate/sonegacao-fiscal-o-esporte-predileto-das-elites/

Pickhardt, M., & Prinz, A. (2014). Behavioral dynamics of tax evasion. Journal of Economic Psychology, 40, iv–vi. http://doi:10.1016/S0167-4870(13)00147-5

Rosenberg, M. (1979). Conceiving the self. Malabar, FL: Robert E. Krieger.

Sá, C., Martins, A., & Gomes, C. F. (2014). Tax morale, occupation and income level: an analysis of portuguese taxpayers. Journal of Economics, Business and Management, 2(2), 112–116. http://doi:10.7763/JOEBM.2014.V2.108

Spicer, M. W., & Lee Becker, A. (1980). Fiscal inequity and tax evasion: an experimental approach. National Tax Journal, 2, 171–175.

Thomas, K. D. (2015). The psychic cost of tax evasion. Boston College Law Review, 56(2), 3–30. http://doi:10.4236/me.2016.714145

Torgler, B. (2003). To evade taxes or not to evade: that is the question. Journal of Socio-Economics, 32(3), 283–302. https://doi.org/10.1016/S1053-5357(03)00040-4

Torgler, B. (2007). Tax compliance and tax morale: a theoretical and empirical analysis. Cheltenham, UK: Edward Elgar.

Torgler, B., Schaffner, M.,& Macintyre, A. (2007). Tax compliance, tax morale and governance quality. Center for Research in Economics, Management and the Arts Working Paper 2007-17, 1–36.

Trivers, R. (2000). The elements of a scientific theory of self-deception. Annals of the New York Academy of Sciences, 907(1), 114–131. https://doi.org/10.1111/i.1749-6632.2000.tb06619.x

Utsumi, I. (2014, 13 de março). Tax evasion in Brazil. The Brazil Business. Recuperado de https://thebrazilbusiness.com/article/tax-evasion-in-brazil

Zaklan, G., Westerhoff, F., & Stauffer, D. (2009). Analysing tax evasion dynamics via the Ising model. Journal of Economic Interaction and Coordination, 4(1), 1–14. http://doi:10.1007/s11403-008-0043-5