Descobrindo um Santo para Cobrir Outro: o gerenciamento de resultados em estatais brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.51341/1984-3925_2020v23n3a3Palavras-chave:
Empresas estatais, Gerenciamento de resultados, Estrutura de propriedade e controle, IFRSResumo
Objetivo: As informações contábeis podem ser manipuladas para mudar a percepção dos acionistas minoritários sobre a situação real da empresa. No caso de empresas estatais (EE), esses acionistas podem ter sua riqueza expropriada pelo comportamento oportunista de políticos e burocratas, o que é um incentivo à prática de gerenciamento de resultados (GR). Este estudo analisa os efeitos da propriedade estatal sobre o GR no Brasil e a ligação entre GR e estruturas de propriedade e controle.
Método: Foram usados dados de 2006 a 2015, em uma amostra de 250 empresas brasileiras, das quais 26 são estatais. A análise é fundamentada em regressão com dados em painel.
Originalidade/Relevância: Este estudo inova pela análise da interação entre controle estatal e excesso de direitos de controle sobre os direitos de propriedade dos acionistas majoritários, e, ainda, analisa o efeito entrincheiramento. Ademais, aborda o GR tanto em termos de direção quanto de amplitude.
Resultados: Os resultados mostram que as EE tendem a adotar práticas de aumento de lucros, que persistiram mesmo após a adoção das IFRS. No entanto, isso reduziu o GR, em especial a tendência positiva. Constata-se, também, que o valor de mercado e o tamanho das empresas são significativos para explicar o GR.
Contribuições teóricas/metodológicas: Este estudo contribui para a compreensão do comportamento diferenciado das empresas controladas pelo governo brasileiro. Observa-se que a influência política das EE pode induzir a uma maior assimetria informacional e que o controle acionário é mais concentrado nas EE, o que supostamente eleva os riscos de expropriação dos acionistas minoritários. Tais resultados indicam a necessidade de melhorias quanto à transparência dessas empresas.
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