Desigualdade de Gênero em Empresas de Auditoria Externa

Autores

  • Niara Gonçalves da Cruz Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Gustavo Henrique de Lima Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
  • Samuel de Oliveira Durso Faculdade FIPECAFI
  • Jacqueline Veneroso Alves da Cunha Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.51341/1984-3925_2018v21n1a8

Palavras-chave:

Desigualdade de gênero, Auditoria externa, Mercado de trabalho.

Resumo

O objetivo deste trabalho foi identificar e analisar as percepções de indivíduos atuantes em posições iniciais de empresas de auditoria contábil sobre as barreiras para a ascensão profissional feminina nessas instituições. Com o embasamento na teoria do sexismo e do teto de vidro, realizou-se um estudo com funcionários de três empresas pertencentes ao grupo conhecido como Big Four. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas, por Skype, telefone e presencialmente, de acordo com a disponibilidade dos entrevistados. A partir do procedimento de análise dos dados coletados, foi possível constatar que a principal barreira para a ascensão das mulheres na carreira de auditoria é o fato de o trabalho não permitir conciliar a vida profissional e a pessoal, principalmente, em razão da alta carga horária de trabalho no período de alta demanda. Contribuindo para o descontentamento com a profissão, identificaram-se possíveis casos de assédios sexual e moral. Os resultados da pesquisa contribuem para a literatura da área, ao identificar barreiras que dificultam o desenvolvimento profissional de mulheres auditoras, e, ainda, para as empresas do setor, que visam tornar o ambiente de trabalho mais justo e igualitário.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alambert, Z. (1986). Feminismo: o ponto de vista marxista. São Paulo: Nobel.

Alsalloom, A, Agrizzi, D. and Soobaroyen, T. (july 2014). Women’s desire for change in the accounting workplace: insights from Saudi Arabia (Paper, pp. 1-41). Critical Perspectives on Accounting Conference, Canada. Centre of Excellence for International Banking, Finance & Accounting. Retrieved from http://studylib.net/doc/7024341/women-s-desire-for-change-in-the-accounting-workplace

Anderson-Gough, F., Grey, C., & Robson, K. (2005). Helping them to forget: the organizational embedding of gender relations in public audit firms. Accounting, Organizations & Society, 30(5), 469-490. DOI: https://doi.org/10.1016/j.aos.2004.05.003

Barker, P. C., & Monks, K. (1998). Irish women accountants and career progression: a research note. Accounting, Organizations and Society, 23(8), 813-823. DOI: https://doi.org/10.1016/S0361-3682(98)00009-9

Bolton, S., & Muzio, D. (2008). The paradoxical processes of feminization in the professions: the case of established, aspiring and semi-professions. Work, Employment and Society, 22(2), 281-299. DOI: https://doi.org/10.1177/0950017008089105

Cambota, J. N., & Pontes, P. A. (2007). Desigualdade de rendimentos por gênero intraocupações no Brasil, em 2004. Revista de Economia Contemporânea, 11(2), 331-350. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1415-98482007000200006

Cassell, C. M., & Symon, G. (1994). Qualitative methods in organizational research: a practical guide. London: SAGE.

Cavazotte, F., Oliveira, L. B., & Miranda, L. C. (2010). Desigualdade de gênero no trabalho: reflexos nas atitudes das mulheres e na sua intenção de deixar a empresa. Revista de Administração, 45(1), 70-83. DOI: https://doi.org/10.1016/S0080-2107(16)30510-6

Conselho Federal de Contabilidade (2017). Profissionais ativos nos conselhos regionais de contabilidade agrupados por gênero. Recuperado de http://www3.cfc.org.br/spw/crcs/ConsultaPorRegiao.aspx?Tipo=0.

Cooper, D., & Robson, K. (2006). Accounting, professions and regulation: locating the sites of professionalization. Accounting, Organizations & Society, 31(1), 415-444. DOI: https://doi.org/10.1016/j.aos.2006.03.003

Corrêa, V. S. A. (2011). Gênero e poder: a força do glass ceiling na educação brasileira. Anais do 25.º Simpósio Brasileiro e do 2.º Congresso Ibero-Americano de Política e Administração da Educação. São Paulo, SP, Brasil, 2.

Dambrin, C., & Lambert, C. (2012). Who is she and who are we? A reflexive journey in research into the rarity of women in the highest ranks of accountancy. Critical Perspectives on Accounting, 23(1), 1-16. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cpa.2011.06.006

Deloitte Australia (2017). Inspiring Women. Recuperado de http://www2.deloitte.com/au/en/pages/about-deloitte/articles/inspiring-women.html

Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (2015). Microdados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes. Recuperado de http://download.inep.gov.br/microdados/Enade_Microdados/microdados_enade_2015.zip

Ernst & Young - EY (2017). Women. Fast forward. Recuperado de http://www.ey.com/GL/en/Issues/Business-environment/women-fast-forward

Foley, S., Hang-Yue, N., & Wong, A. (2005). Perceptions of discrimination and justice. Group & Organization Management, 30(4), 421-450. DOI: https://doi.org/10.1177/1059601104265054

Formiga, N. S., Gouveia, V. V., & Santos, M. N. (2002). Inventário de sexismo ambivalente: sua adaptação e relação com o gênero. Psicologia em Estudo, 7(1), 103-111. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-73722002000100013

Gallhofer, S., Paisey, C., Roberts, C., & Tarbert, H. (2011). Preferences, constraints and work-lifestyle choices: the case of female Scottish chartered accountants. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 24(4), 440-470. DOI: https://doi.org/10.1108/09513571111133054

Haynes, K. (2008). (Re)figuring accounting and maternal bodies: the gendered embodiment of accounting professionals. Accounting, Organizations and Society, 33, 328-348. DOI: https://doi.org/10.1016/j.aos.2007.04.003

Heckathorn, D. D. (1997). Respondent-Driven Sampling: a new approach to the study of hidden populations. Social Problems, 44(2), 174-199. DOI: https://doi.org/10.2307/3096941

Jund, S. (2001). Auditoria: conceitos, normas técnicas e procedimentos: teoria e 500 questões – Estilo ESAF, UnB e outras. Rio de Janeiro: Impetus.

Lavinas, L. (2001). Empregabilidade no Brasil: inflexões de gênero e diferenciais femininos. Rio de Janeiro: IPEA.

Leite, C. L. P. (1994). Mulheres: muito além do teto de vidro. São Paulo: Atlas.

Lima, B. S. (2008). Teto de vidro ou labirinto de cristal? As margens femininas das ciências. Dissertação de mestrado, Instituto de Ciências Humanas, Universidade de Brasília, DF, Brasil.

Loft, A. (1992). Accountancy and the gendered division of labor: a review essay. Accounting, Organizations and Society, 17(3), 367-378. DOI: https://doi.org/10.1016/0361-3682(92)90029-R

Lott, B.; & Lott, A. J. (1985). Learning theory in contemporary social psychology. In G. Lindzey & E. Aronson (Eds.). The Handbook of Social Psychology (Vol. 2, 3. ed.). New York: RandomHouse.

Louro, G. (1997). Gênero e magistério: identidade, história, representação. In D. B. Catani et al. (Org.). Docência, memória e gênero: estudos sobre formação. São Paulo: Escrituras.

Lupu, I. (2012). Approved routes and alternative paths: The construction of women’s careers in large accounting firms. Evidence from the French Big Four. Critical Perspectives on Accounting, 23(4-5), 351-369. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cpa.2012.01.003

Lupu, I., & Empson, L. (2015). Illusio and overwork: playing the game in accounting field. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 28(8), 1310-1340. DOI: https://doi.org/10.1108/AAAJ-02-2015-1984

Mendes, P. C. M., Silva, D., & Rodrigues, F. F. (2007). A mulher contabilista: participação e perfil das profissionais que atuam nas empresas de auditoria independente do Distrito Federal. Anais do Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. São Paulo, SP, Brasil, 7.

Schmidt, N. T. (2012). Dupla jornada de trabalho: reflexão sobre o vínculo da mulher com o trabalho doméstico em contexto de ensino e aprendizagem de sociologia para o nível médio. Ensino de Sociologia em Debate, 1(1), 1-11.

Scott, J. (1995). Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, 20(2), 71-99.

Segato, R. L. (2003). Antropología y psicoanálisis: posibilidades y límites de un diálogo. Brasília: Série Antropologia, 330.

Souza, E. M., Corvino, M. M. F., & Lopes, B. C. (2013). Uma análise dos estudos sobre o feminino e as mulheres na área de administração: a produção científica brasileira entre 2000 a 2010. Organizações & Sociedade, 20(67), 603-621. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1984-92302013000400003

Selltiz, C., Wrightsman, L. S.; & Cook, S. W. (1965). Métodos de pesquisa das relações sociais. São Paulo: Herder.

Thomé, C. F. (2012). O princípio da igualdade de gênero e a participação das mulheres nas organizações sindicais de trabalhadores. Tese de doutorado, Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Vaz, D. V. (2013). O “teto de vidro” nas organizações públicas: evidências para o Brasil. Economia e Sociedade, 22(3), 765-790.

Vergara, S. C. (1998). Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 2. ed. São Paulo: Atlas.

Windsor, C., & Auyeung, P. (2006). The effect of gender and dependent children on professional accountants' career progression. Critical perspectives on accounting, 17(6), 828-844. DOI: https://doi.org/10.1016/j.cpa.2004.11.007

Downloads

Publicado

2018-04-16

Como Citar

Cruz, N. G. da, Lima, G. H. de, Durso, S. de O., & Cunha, J. V. A. da. (2018). Desigualdade de Gênero em Empresas de Auditoria Externa. Contabilidade Gestão E Governança, 21(1), 142–159. https://doi.org/10.51341/1984-3925_2018v21n1a8

Edição

Seção

Artigos