Outros Resultados Abrangentes e Risco de Investimento: um Estudo no Mercado de Capitais Brasileiro

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51341/1984-3925_2018v21n3a1

Palavras-chave:

Outros Resultados Abrangentes, Volatilidade, Risco.

Resumo

A proposta do FASB e do IASB de incluir os outros resultados abrangentes (ORA) como componente do resultado abrangente tem sido objeto de debate. A principal crítica apoia-se no argumento de que a volatilidade intrínseca desses itens leva a uma maior percepção de risco, isto é, quando eles são tratados como resultado. Pesquisas têm focado em avaliar se o risco está mais relacionado ao lucro líquido ou ao resultado abrangente, sem chegar a um consenso. Assim, ainda não exploraram se a divulgação dos ORA na demonstração do resultado abrangente do período pode elevar o nível de risco de investimento, em relação às empresas que não possuem essa informação, o que foi objeto desta pesquisa, considerando-se três medidas de risco: beta, value at risk (VaR) e volatilidade do retorno das ações. A amostra foi composta por 170 empresas, entre os anos de 2004 a 2015. Para auferir os resultados, foram utilizados os métodos de difference-in-differences e propensity score matching. Os resultados evidenciaram que, em média, a divulgação dos ORA leva à maior percepção de risco pelos investidores em relação às empresas que não possuem essa informação e que essa percepção está relacionada à volatilidade dos ORA.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jefferson Ricardo do Amaral Melo, Universidade Federal da Paraíba Universidade Federal do Piauí

Doutorando em Ciências Contábeis pela UFPB e Professor do Curso de Ciências Contábeis da UFPI.

Paulo Roberto Nobrega Cavalcante, Universidade Federal da Paraíba

Doutor pela USP e Professor do PPGCC da UFPB.

Referências

Ashenfelter, O., & Card, D. (1985). Using the longitudinal structure of earnings to estimate the effect of training programs. The Review of Economics and Statistics, 67(4), 648-660. Doi: https://doi.org/10.2307/1924810

Bamber, L. S., Jiang, J., Petroni, K. R., & Wang, I. Y. (2010). Comprehensive income: who’s afraid of performance reporting?. The Accounting Review, 85(1), 97-126. Doi: https://doi.org/10.2308/accr.2010.85.1.97

Barth, M. E., Landsman, W. R., & Wahlen, J. M. (1995). Fair value accounting: effects on banks' earnings volatility, regulatory capital, and value of contractual cash flows. Journal of banking & finance, 19(3), 577-605. Doi: https://doi.org/10.1016/0378-4266(94)00141-o

Becker, S. O., & Ichino, A. (2002). Estimation of average treatment effects based on propensity scores. The Stata Journal, 2(4), 358-377. Retrieved July 15, 2016, from https://www.stata-journal.com/article.html?article=st0026.

Bertrand, M., Duflo, E., & Mullainathan, S. (2004). How much should we trust differences-in-differences estimates?. The Quarterly Journal of Economics, 119(1), 249-275. Doi: https://doi.org/10.1162/003355304772839588

Biddle, G. C., & Choi, J. H. (2006). Is comprehensive income useful?. Journal of Contemporary Accounting & Economics, 2(1), 1-32. Doi: https://doi.org/10.1016/s1815-5669(10)70015-1

Black, D. E. (2016). Other comprehensive income: a review and directions for future research. Accounting and Finance, 56(1), 9-45. Doi: https://doi.org/10.1111/acfi.12186

Card, D., & Krueger, A. B. (1994). Minimum wages and employment: a case study of the fast-food industry in New Jersey and Pennsylvania. The American Economic Review, 84(4), 772-793. Retrieved July 15, 2016, from http://davidcard.berkeley.edu/papers/njmin-aer.pdf

Checon, B. Q. (2013). Resultado abrangente: formato de apresentação, maturação e os impactos na decisão de investimento. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Recuperado de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12136/tde-16122013-171427/pt-br.php

Coelho, A. C., & Carvalho, L. N. (2007). Análise conceitual de lucro abrangente e lucro operacional corrente: Evidências no setor financeiro brasileiro. BBR-Brazilian Business Review, 4(2), 119-139. Recuperado em 15 maio, 2014, de http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=123016621003.

Conley, T. G., & Taber, C. R. (2011). Inference with “difference in differences” with a small number of policy changes. The Review of Economics and Statistics, 93(1), 113-125. Doi: https://doi.org/10.1162/rest_a_00049

Dantas, J. A., Medeiros, O. R., Galdi, F. C., & Costa, F. M. (2013). Gerenciamento de Resultados em Bancos com Uso de TVM: Validação de Modelo de Dois Estágios. Revista Contabilidade & Finanças, 24(61), 37. Doi: https://doi.org/10.1590/s1519-70772013000100005

Deliberação CVM n. 595 de 15 de setembro de 2009 (2009). Aprova o Pronunciamento Técnico CPC 26 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, que trata da apresentação das demonstrações contábeis. Rio de Janeiro, RJ. Recuperado em 15 maio, 2014, de www.cvm.gov.br/legislacao/deliberacoes/anexos/0500/deli595.pdf

Dhaliwal, D., Subramanyam, K. R. e Trezevant, R. (1999). Is comprehensive income superior to net income as a mensure of firm performance?. Journal of Accounting and Economics, 26, 43-67. Doi: https://doi.org/10.1016/s0165-4101(98)00033-0

Donald, S. G., & Lang, K. (2007). Inference with difference-in-differences and other panel data. The review of Economics and Statistics, 89(2), 221-233. Doi: https://doi.org/ 10.1162/rest.89.2.221

Fama, E. F., & French, K. R. (1992). The cross‐section of expected stock returns. The Journal of Finance, 47(2), 427-465. Doi: https://doi.org/10.1111/j.1540-6261.1992.tb04398.x

Fama, E. F., & French, K. R. (1993). Common risk factors in the returns on stocks and bonds. Journal of financial economics, 33(1), 3-56. Doi: https://doi.org/10.1016/0304-405x(93)90023-5

Feltham, G. A., & Ohlson, J. A. (1995). Valuation and clean surplus accounting for operating and financial activities. Contemporary accounting research, 11(2), 689-731. Doi: https://doi.org/10.1111/j.1911-3846.1995.tb00462.x

Financial Accounting Standards Board. Statement of Financial Accounting Standards No. 130: Reporting Comprehensive Income. FASB, 1997. Retrieved July 15, 2016, from https://www.fasb.org/jsp/FASB/Document_C/DocumentPage?cid=1218220124511&acceptedDisclaimer=true

González-Rivera, Gloria. Forecasting for Economics and Business. New York, NY, USA: Pearson Education, 2013.

Hirst, D. E., & Hopkins, P. E. (1998). Comprehensive income reporting and analysts’ valuation judgments. Journal of Accounting Research, 36(suppl.), 47-75. Doi: https://doi.org/10.2307/2491306

Hodder, L. D., Hopkins, P. E., & Wahlen, J. M. (2006). Risk-relevance of fair value income measures for commercial banks. The Accounting Review, 81(2), 337-375. Doi: https://doi.org/10.2308/accr.2006.81.2.337

Kanagaretnam, K., Mathieu, R., & Shehata, M. (2009). Usefulness of comprehensive income reporting in Canada. Journal of Accounting and Public Policy, 28(4), 349-365. Doi: https://doi.org/10.1016/j.jaccpubpol.2009.06.004

Khan, S., & Bradbury, M. E. (2014). Volatility and risk relevance of comprehensive income. Journal of Contemporary Accounting & Economics, 10(1), 76-85. Doi: https://doi.org/10.1016/j.jcae.2014.01.001

Khan, S., & Bradbury, M. E. (2015). The volatility of comprehensive income and its association with market risk. Accounting & Finance, 56(3), 727-748. Doi: https://doi.org/ 10.1111/acfi.12108

Lei n. 6.404, 15 de dezembro de 1976 (1976). Dispõe sobre as sociedades por ações. Brasília, DF. Recuperado em 18 abril, 2014, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404compilada.htm

Maines, L. A., & McDaniel, L. S. (2000). Effects of comprehensive-income characteristics on nonprofessional investors' judgments: The role of financial-statement presentation format. The accounting review, 75(2), 179-207. Doi: https://doi.org/ 10.2308/accr.2000.75.2.179

Martins, V. G., & do Monte, P. A. (2015). Relação do resultado abrangente com o desempenho operacional e econômico de empresas listadas no mercado brasileiro. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 3(3), 19-34. Doi: https://doi.org/ 10.18405/recfin20150302

Mazzioni, S., Oro, I. M., & Scarpin, J. E. (2013). Lucro versus resultado abrangente como medida preditiva do desempenho das empresas do setor elétrico brasileiro. Registro Contábil, 4(3), 89-104. Recuperado em 18 abril, 2014, de http://www.seer.ufal.br/index.php/registrocontabil/article/view/708/pdf_11

Ohlson, J. A. (1995). Earnings, book values, and dividends in equity valuation. Contemporary accounting research, 11(2), 661-687. Doi: https://doi.org/10.1111/j.1911-3846.1995.tb00461.x

Ohlson, J. A. (1999). On transitory earnings. Review of accounting studies, 4(3-4), 145-162. Doi: https://doi.org/10.1023/a:1009653114699

Rees, L. L., & Shane, P. B. (2012). Academic research and standard-setting: the case of other comprehensive income. Accounting Horizons, 26(4), 789-815. Doi: https://doi.org/ 10.2308/acch-50237

Silva, C. L., Fávero, L. P. L., & de Almeida, J. E. F. (2016). Lucro abrangente e medidas de risco total e sistemático de companhias brasileiras de capital aberto. Revista de Finanças Aplicadas, 7(3), 1-37. Recuperado em 18 abril, 2014, de http://www.financasaplicadas.net/index.php/financasaplicadas/article/view/321/pdf

Yen, A. C., Hirst, D. E., & Hopkins, P. E. (2007). A content analysis of the comprehensive income exposure draft comment letters. Research in Accounting Regulation, 19, 53-79. Doi: https://doi.org/10.1016/s1052-0457(06)19003-7

Downloads

Publicado

2018-11-02

Como Citar

Melo, J. R. do A., & Cavalcante, P. R. N. (2018). Outros Resultados Abrangentes e Risco de Investimento: um Estudo no Mercado de Capitais Brasileiro. Contabilidade Gestão E Governança, 21(3), 305–319. https://doi.org/10.51341/1984-3925_2018v21n3a1

Edição

Seção

Artigos