Ativos Fiscais Diferidos na Indústria Bancária Brasileira: Impactos do Ajuste a Valor Presente
DOI:
https://doi.org/10.51341/1984-3925_2019v22n1a2Palavras-chave:
Ativo fiscal diferido, Crédito tributário, Bancos, Mensuração, Valor presente.Resumo
Objetivo: Este estudo tem o objetivo de explorar os potenciais riscos de superestimação patrimonial dos ativos fiscais diferidos (AFD) na indústria bancária brasileira, em função da não aplicação do ajuste a valor presente.
Método: O método empregado valeu-se de testes de simulação dos impactos de ajuste a valor presente dos AFD com as taxas médias de captação divulgadas pelos bancos e, alternativamente, a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic). A amostra foi composta pelos dez maiores bancos em ativos totais, representando cerca de 85% do total de ativos do sistema financeiro nacional, no período entre 2010 e 2016.
Originalidade/relevância: A relevância do tema, além de identificar o potencial risco de superestimação patrimonial, também está relacionada à não aplicação do conceito da essência econômica na mensuração e predições de fluxos de caixa futuros como representação apropriada do valor dos ativos no tempo pelas normas de contabilidade (BRGAAP, IFRS e USGAAP) ao vedarem o ajuste a valor presente dos AFD.
Resultados: Os resultados evidenciaram a materialidade dos impactos decorrentes dos ajustes ao longo do tempo e as suas diversas repercussões, revelando as distorções que causam na estrutura patrimonial dos bancos.
Contribuições Teóricas/metodológicas: Os achados são condizentes com outros estudos e contribuem para indicar a relevância da ausência do ajuste a valor presente dos impostos diferidos.
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